Ora se a minha viagem no primeiro dia foi espectacular com uma visita incrível a Bruges (relatado neste post), no segundo dia nem imaginava metade do que ia poder presenciar com a visita magnífica a Bruxelas, onde tive a oportunidade de estar pessoalmente com a mãe de uma grande amiga minha (como o Mundo é pequeno…).

Como era habitual, o despertador lá nos quartos tocava sempre cedinho: havia a necessidade de tal acontecer, para que os dias pudessem ser bem aproveitados, e para que pudéssemos visitar tudo que tínhamos para visitar, fazer o que estava estipulado no programa, de podermos, basicamente, explorar as cidades onde nos encontrávamos, mas, neste dia, 2 de março, o grupo tinha a sua primeira City Tour marcada, para conseguirmos contemplar os lugares da cidade onde nos encontrávamos.

Além de podermos ter visto todo o movimento da cidade, de passarmos por locais e edifícios bastante importantes não só para a Bélgica mas também para toda a comunidade europeia, e de vermos arte no seu estado puro, tivemos a oportunidade de visitar aquele que é um dos lugares mais emblemáticos da cidade: o Atomium.
Esta obra magnífica que representa um átomo ampliado em cerca de 165 biliões de vezes, é composto por 9 esferas metálicas com 18m de diâmetro cada uma, revestidas em alumínio. O átomo (falando em bom português), foi desenhado pelo engenheiro belga André Waterkeyn para a Exposição Internacional de Bruxelas de 1958, sendo posteriormente destruído após o acontecimento. Ora ao que parece, o tiro saiu-lhes pela culatra. O impacto que este “pequeno” átomo teve na Expo 1958, bem como a sua singularidade que conquistou as atenções de mais de 42 milhões de visitantes da exposição, tornaram-se em argumentos mais do que fortes para que a construção se mantivesse até aos dias de hoje, tendo sido inclusive alvo de restauros durante 2003 e 2006.
A esfera mais elevada atinge os 102 metros de altura, e não leva muito tempo a subir: o seu elevador que tem a capacidade de subir um metro em cinco segundos, e que, até à data da sua construção, era considerado o elevador mais rápido de toda a Europa.
A leste da capital, o Parque do Cinquentenário é um parque cuja maioria dos edifícios que dominam o complexo têm a forma de U, e que foram encomendados pelo governo belga sob o reinado do rei Leopoldo II para a Exposição Nacional de 1880, comemorativa do cinquentenário da independência da Bélgica.
Além de podermos desfrutar de magníficas paisagens, e de contemplar a beleza destes grandes e pequenos detalhes desta zona da cidade, podemos também visitar alguns museus, como é o caso do Museu do Exército e os Museus Reais de Arte e História, entre outros.
Palais Royal (Palácio Real)
Como conseguem calcular, a nossa City Tour foi quase toda feita de autocarro, tendo algumas exceções, como é o caso do Atomium e do Parque Cinquentenário, em que tivemos a oportunidade de ter uma pequena pausa para podermos tirar umas boas fotos e de contemplar bem de perto aquelas grandes maravilhas que estavam mesmo diante de nossos olhos (tal como um burro fica a olhar para o palácio… Ahahaha 🙂 ), pelo que as imagens tiradas em movimento não ficaram dignas de serem aqui postadas (e sejamos sinceros: não tem piada nenhuma revelar toda a magia de uma cidade, o que tem realmente piada é sermos nós a descobrir os seus encantos). E após umas horitas (creio que, pelo menos, passamos mais do que uma hora em viagem de autocarro), chegámos à zona mais famosa e visitada de Bruxelas: La Grand Place, que é nada mais, nada menos, do que o centro da cidade.
Ao chegar a esta magnífica praça, é impossível ficar-se indiferente à derradeira obra-prima de arquitetura que é a Grand Place: antigas cooperativas comerciais e guildas, com as suas fachadas enriquecidas com esculturas e com uma forte presença do dourado que nos traz uma sensação de luxúria, tornaram esta praça durante séculos o centro económico e administrativo de Bruxelas. Aqui realizavam-se feiras, cortejos, proclamações de decretos e até execuções públicas. Hoje em dia pode-se encontrar a feira de flores, ou então, a conhecida Tapis de fleurs, uma exposição floral que se estende por toda a praça durante cinco dias (tapete de flores), que é realizada apenas nos anos pares em meados de agosto.

Em agosto de 1695, as tropas francesas de Luís XIV, conduzidas pelo marechal Villeroy, assentaram canhões apontados para a torre da câmara municipal (a Perfeitura, que está apresentada na imagem), com o objetivo de a destruir, porém, a sua tentativa foi em vão: conseguiram destruir todos os edifícios à sua volta, todos menos o objetivo, arrasando assim por completo a cidade. Após o ataque, o desafio foi lançado à população, que se empenhou em reconstruir a Grand Place, um feito que levaria apenas cinco anos. Uma verdadeira prova de que a união faz a força!

Nesta zona, além de um leque vasto de edifícios belíssimos, emblemáticos e bem marcantes, pode-se também encontrar várias lojas de souvenirs, de batatas fritas (que, pelos vistos, também é considerada uma iguaria belga, e que servem lá com os seus molhos específicos), de waffles (juro-vos que é de perder a cabeça! Waffles com chocolate, simples, com chantilly, com fruta… Yummy!), chocolatarias (desgraça total), cervejarias e restaurantes.
Uns poucos metros à frente, encontra-se o Maneken-pis que, para quem não sabe (tal como eu não sabia até então), é um dos símbolos mais populares de Bruxelas. A estátua com 30cm de altura, representa um rapaz a urinar para um pequeno tanque, mas não é ao acaso. A estátua original de bronze, de Jerôme Duquesnoy, o Velho, foi colocada no seu lugar em 1619 e o design irónico reflete a necessidade genuína de água fresca potável naquela área.
Sobre a inspiração que deu mote a esta estátua pouco ou nada se sabe, o que, inevitavelmente, levou a fantasias e rumores da população, o que aumenta a magia e o mistério do dito rapazinho (o que acaba por trazer encanto à cidade). Uma das muitas versões relata que no final do século XII, o filho de um duque foi encontrado a urinar contra uma árvore no meio de uma batalha, sendo por isso celebrizado numa estátua de bronze como símbolo da coragem militar do país. Mas independentemente da história, a verdade é que este é um símbolo característico da cidade, e que até tem direito a roupa! Sempre que se muda de reis, a indumentária do menino também muda. Que luxo, já viram?
Esta teve a sua graça… 🙂
Ora após a nossa hora livre para almoço, eis que chegou a altura de irmos gastar tudo o que tínhamos em depósito, visitando o hall de entrada do Museu da Banda Desenhada (Brussels Comic Book Museum), dando também um belo e bonito passeio pela cidade, onde se pode presenciar algumas casas e paredes com obras de arte deste género, que trazem dinamismo, diversão e interação com os visitantes, trazendo-me assim uma grande lição: quando julgava que a cidade já me tinha surpreendido… Eis que vem algo muito melhor e que me surpreende ainda mais. Se porventura forem a Bruxelas, já sabem: não pensem que as surpresas acabam, pois nesta cidade parece que os recantos estão bem carregados de mistério e fantasia.

 

Conseguem perceber o porquê da minha mensagem? 🙂
PS: Queria agradecer à “minha” Inesinha por me ter fornecido algumas das imagens aqui usadas no post, uma vez que tive de fazer paz à alma da bateria da minha máquina. Thanks sweety! ♥