Pelos caminhos do Mundo – Amesterdão e Volendam

Infelizmente é o último post desta minha saga pela Bélgica e pelos Países Baixos, uma viagem que teve lugar já há mais de um mês. Poderão ver os anteriores posts da trama nesta categoria.
Hoje, e para terminar em beleza, o post irá ser exclusivo e terá como cenário os Países Baixos. Desta feita, as outras duas cidades que lá visitamos além de Roterdão: Amesterdão e um outro “extra”, Volendam. Digo extra pois fomos surpreendidos pelo guia turístico no nosso segundo dia na Holanda (dia de Carnaval) com a visita a esta cidade que, inicialmente, não constava no programa. De qualquer das formas, foi tão bom que a minha vontade era de ficar lá com uma casinha. 🙂
Volendam, uma cidade com as tradições bem vincadas
Inicialmente serviu como um porto de Edam, sofrendo depois alterações ao longo dos anos. Com a fixação de agricultores e pescadores na zona, esta pequena comunidade foi ganhando mais consistência. O seu nome quer, literalmente, dizer “barragem cheia“.
Atualmente, mantém as suas origens e tradições ligadas ao mar. É um destino escolhido por muitos turistas devido à sua tradição bem vincada e que ainda hoje prevalece. Por exemplo, ainda existe muitas pessoas a usar o traje tradicional, que facilmente se vê nos postais.
A tranquilidade e serenidade que todos que a visitam encontram, uma espécie de Costa Nova (Aveiro) à holandesa, não deixa ninguém indeferente. Aqui nestas casas encontram-se habitações, comércio (cafés, boutiques, lojas de souvenirs, hotéis…) e também um pequeno museu que expõe os trajes e a história desta vila tão encantadora.
Paisagens entre Volendam e Amesterdão
Embora se vejam moinhos nos campos holandeses, a verdade é que apenas uma minoria ainda está ativa em todo o país. Os que estão desativados servem agora para embelezar estes campos ao longo das estradas holandesas.
Amesterdão, uma cidade para descobrir
Esta foi a segunda cidade holandesa que visitamos no nosso terceiro dia de viagem. Tal aconteceu após a saída de Antuérpia (Bélgica) e de uma pequena pausa por Roterdão (Holanda). Foi aqui que passamos 3 dias e 2 noites, um curto período mas que nos valeu experiências inesquecíveis.
Inicialmente, confesso que não levava expectativas tão altas em relação a Amesterdão. Pensei que não ia gostar nada, que a cidade não teria uma história suficientemente encantadora, achei que não teria detalhes para apreciar, para a adorar… Aliás, quando me falam desta viagem, juro-vos que Amesterdão é a cidade que mais memórias e experiência me traz.
Factos curiosos sobre Amesterdão
Mal se chega a Amesterdão, e contrariamente às cidades belgas, em que é possível sentir odor a chocolate e a batatas fritas, vem-nos um cheiro um pouco estranho. Se cá em Portugal as proprietárias das lojas locais se escondem enquanto fumam um cigarro, deviam ver as que possuem uma loja na Holanda. Por lá é muito comum ver pessoas a consumirem outras substâncias, fruto da sua mentalidade aberta em relação ao assunto. Claro, tudo dentro de determinados parâmetros e regras.
Contudo, existem outros factos curiosos sobre esta cidade holandesa. Prontos para saberem quais são?
Bicicletas
Uma notória diferença é em termos de trânsito. Os belgas são, de facto, muito dados a atividades ao ar livre e adoram andar de bicicleta. Contudo, não conseguem superar os holandeses.
Se na Bélgica as bicicletas que víamos eram poucas, e se cá em Portugal somos mais depressa atropelados por carros, na Holanda somos mais depressa atropelados por bicicletas. Aliás, acho que as bicicletas, para eles, estão como o FCP está para os portuenses (maior dos portuenses, vá). Por outras palavras, são fanáticos até dizer chega! Tanto que até existe um parque de estacionamento para bicicletas.
+ Vê aqui mais dicas do que fazer em Amesterdão
Este parque é uma excelente alternativa quando as pontes ou os postes estão lotados. Pudera! Os habitantes de Amesterdão são cerca de 800 mil, e as bicicletas a circular… Sabem quantas são? Segundo estatísticas, são cerca de 2 milhões. Isto é, há uma média de 3 a 4 bicicletas por habitante!
Uma dica preciosa… Não se atrevam a pisar as ciclovias, ou correm o risco de levar uma cuspidela bem dada por parte dos ciclistas.
Os três “X”
Coffeeshop
Ora se as senhoras estavam a fumar assim umas “cenas fixes”, onde é que elas terão arranjado o fornecedor? Claro que foram nas Coffeeshops, o mercado que abastece todo o pessoal que se interessa por este mundo. Imaginem lá que até chupas e muffins de canabis existem! E eu a pensar que os muffins de maçã e canela já eram suficientemente chiques…
Localização
Embora se encontrem um pouco por toda a cidade, este tipo de lojas estão em força na Red Light District. Em bom português, no Bairro Vermelho. Sim meus senhores, leram bem, naquele bairro super conhecido por ter lá as catraias todas descascadas. Aliás, esse mesmo bairro está representado à luz do dia numa das imagens acima, só que vocês é que não deram por ela. Só se dá por ela de duas formas: de dia, quando vemos o Museu da Prostituição, do Sexo ou da Pornografia; de noite quando vimos as montras com as ditas catraias descascadas que muitos adoram.
Red Light District em Amesterdão
Só tenho que agradecer ao organizador da viagem, pois sem dúvida foi a experiência mais enriquecedora que alguma vez tive. Não, ninguém recorreu aos serviços das senhoras, apenas andamos a ver as montras (literalmente) e a absorver o ambiente tão degradante que é.
Por motivos de segurança, não nos foi aconselhado tirar fotografias, porém, acho que nem com fotografias conseguia transmitir a ideia que quero. Como disse, é degradante ver mulheres, algumas até com idade avançada, sabe-se lá em que condições, ali, expostas, algumas até quase que por favor, à espera que alguém recorra a elas e que no final lhes pague pela sessão. Quando uma cortina se fecha, já sabemos que alguém está no activo.
Passeios noturnos
Ora se na nossa primeira noite em Amesterdão foi recheada de grande emoções, a segunda foi mais leve e com direito a um passeio noturno pelo lado oposto da cidade. Conseguimos, assim, desfrutar de paisagens lindíssimas (não tão belas quanto as do meu amado Porto, é claro). E no meio disto tudo, não é que encontramos um restaurante português!? Já tínhamos encontrado na Holanda uma portuguesa em Roterdão, dois grupos de turistas na Red Light District, e agora um lugar para comer comida portuguesa… É caso para dizer que existe um português em cada canto do Mundo. Viva à nossa comunidade espalhada pelos 4 cantos do globo!
Praça Dam
Um local onde passávamos imenso tempo e que era nossa visita diária era a Praça Dam. Já foi palco da recepção das tropas de Napoleão, ou seja, uma praça com imensa história. Aqui encontramos o Het Koninklijk Paleis (Palácio Real) que inicialmente serviu como instalação da Câmara Municipal. Aqui, no coração da cidade, é possível ver-se o contrastante entre a história e o movimento citadino e urbano. Encontra-se o Madame Tussaud (que infelizmente não nos foi possível visitar), imensas lojas e restaurantes.
Museus visitados: Rijksmuseum e Van Gogh
Os museus que tivemos oportunidade de visitar foram o Rijksmuseum e o Van Gogh. No primeiro, pode-se contemplar obras como a Ronda da Noite e a Leiteira. No segundo, pode-se ver as obras deste artista que teve uma curta carreira, bem como objetos pessoais e algumas técnicas do mesmo.
Curiosidades sobre as casas de Amesterdão
Durante o nosso passeio de barco pelos canais de Amesterdão, no quarto dia de viagem, pudemos ver as famosas casas barco, populares noutros países europeus. Além disso, vimos igrejas, pontes e outra perspectiva da cidade, incluindo um pormenor curioso nas fachadas das casas. No topo de cada uma, um pequeno gancho. Afinal para que serviam?
Recuando uns bons séculos, todos os que construíssem uma casa na zona dos canais de Amesterdão, tinham de ter em atenção a largura das mesmas. Quanto mais largas fossem, mais impostos pagavam. Ora como transportar móveis e mercadoria se tornava complicado, os ganchos serviam como elevadores na época. Como? Fazia-se chegar uma corda em baixo, pendurava-se no gancho, amarrava-se à mercadoria e depois puxava-se ao andar desejado.
Em jeito de despedida, deixo-vos algumas imagens aleatórias que foram tiradas nos passeios pela cidade. Aproveitem e deslumbrem outros pontos de Amesterdão! 🙂
Taras e Manias
Que fotos tão giras Joana
Sónia
<a href=”http://tarasemaniasblog.blogs.sapo.pt (http://tarasemaniasblog.blogs.sapo.pt/)“>Taras e Manias</a>
Miguel Alexandre Pereira
Adorei as fotografias, confesso que Amesterdão é das cidades que mais gostava de visitar. Parece-me que seria uma experiência única 🙂
Anabela C.
Aiii que saudades!!! 🙂
Eu adorei ter visitado Volendam. Achei a terrinha tão acolhedora, tão tipica holandesa.. é sem dúvida um bom sitio para viver.. 🙂
Lis
Ainda não conheço mas tenho curiosidade
L*
Liliana Rodrigues C.
ADORO! Foi a viagem da minha vida.Soube muito bem ler este post e recordarrrrrr 😉 Adorava poder voltar um dia à Holanda e matar saudades. Viu as casas cúbicas em Roterdão? O que achou? Beijinhos
Joana Freitas
Olá Liliana,
Também foi a viagem da minha vida! Além de ser a primeira (a gente nunca esquece 🙂 ), foram dois países (Bélgica e Holanda) que quis muito visitar!
Fui sim! Roterdão foi nosso ponto de passagem obrigatório para entrar na Holanda (fizemos o percurso de autocarro desde Antuérpia (Bélgica) a Roterdão), mesmo para podermos visitar as casas cúbicas. Só lhe posso dizer que são realmente encantadoras e que são qualquer coisa de outro mundo! O único senão é mesmo o preço delas e o facto de sermos “obrigados” a comprar mobiliário adequado aos seus ângulos.
Beijinhos e continue desse lado 🙂
Joana Freitas
The Daily Miacis
Eu adorei ir à Holanda independentemente do frio! E imagina nem cheguei a ir ao norte do país, que é uma falha mas não deu. Eu fui visitar o meu pai que estava a trabalhar, e não dava para ir a todo lado nem muito longe de onde ele estava que era Middleburg. Mas adorei, então as bicicletas… só queria pegar numa e fugir 😀